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O sabor de quem se posiciona
Em um mundo de mornos, até o café perde o sabor. É hora de escolher um lado. ☕
Vivemos tempos em que se posicionar parece perigoso.
Muita gente prefere ficar em cima do muro, equilibrando-se entre o que acredita e o que os outros querem ouvir. É o famoso “modo morno”: ninguém se queima, mas também ninguém marca presença.
O problema é que o morno não desperta nada. Ele não inspira, não incomoda, não movimenta. E, convenhamos, café morno ninguém pede duas vezes. ☕
No mundo profissional, vejo isso com frequência: pessoas competentes, com boas ideias, mas que têm medo de defender um ponto de vista. Acham mais seguro seguir o fluxo, falar o que esperam delas, evitar atrito. E, sem perceber, vão se tornando invisíveis.
Posicionamento não é ser dono da verdade — é ter clareza de propósito. É conseguir sustentar o que acredita com respeito, coerência e consistência.
Nem sempre o caminho será confortável, mas é o que diferencia quem apenas participa da conversa de quem muda a conversa.
Aprendi, depois de muitos cafés amargos, que o posicionamento não é sobre falar mais alto, mas sobre falar com verdade.
E isso exige coragem — a coragem de, mesmo em um ambiente de competição, continuar sendo você.
Então, se você tem medo de se posicionar, lembre-se: quem tenta agradar a todos acaba insosso.
E, no fim do dia, o que deixa marca não é o café que esfriou — é o que manteve o sabor até o último gole.